A verdade é que não tenho forças para te deixar entrar na minha vida de novo, se não for para ficar.
A cada ano Ãmpar que nos encontramos, bem no fundo eu torço para que algo ilumine seus pensamentos e faça com que perceba que seu lugar é aqui. Mas isso nunca acontece.
Conversamos, mas discutimos. Brigamos, e voltamos a nos entender. Compartilhamos alguns dias e, inevitavelmente, nos afastamos novamente.
Repito para mim que está tudo certo e é melhor desse jeito, mas volta e meia dói. E dói de pouquinho, o que deve ser a pior dor que existe.
Escuto uma música que foi lançada há pouco tempo, e me lembra você. Vou a um lugar que combinaria tanto com um fim de tarde contigo. Assisto um vÃdeo que faria sentido encaminhar apenas para você. Deito na cama à noite e te sinto ali, apesar de você nunca ter passado perto dela. A lembrança, no entanto, permanece presente.
Naquela noite acordei perdida de algum sonho, sem entender onde estava. Te vi dormindo ao meu lado, e pude me aninhar em você e voltar a dormir. Sabendo que aquilo não duraria muito, me permiti voltar para aquele momento.
Assim como me permito voltar nas lembranças agora, quando a saudade aperta. Por mais que isso me arrepie.