Aquele som sempre lhe causava incômodo. A única boa lembrança associada, e que fazia questão de guardar, era do belo relógio de um vizinho de sua tia, que morava na praia. O som significava férias, praia e sol. Mas em outros lugares era apenas o lembrete do tempo que corria por suas mãos.
Os dias pareciam longos e curtos. Era março ou dezembro? Tinha desistido de contar os dias logo no primeiro mês. Não fazia sentido gastar alguma energia com aquilo.
Percebeu que vez ou outra chegava no mesmo ponto. Mas não era tão difÃcil andar em cÃrculos tendo um espaço tão limitado para percorrer. Quem diria que, ainda assim, conseguisse chegar tão longe. Não que duvidasse de suas capacidades, mas não tinha pensado em metade de tudo que aconteceu ao longo daquele perÃodo.
E assim vai entendendo, que por mais voltas dadas por aquele ponteiro, a noção de dias e horários nem sempre importava. Certos momentos tem a mesma duração, apesar de não terem o mesmo tempo gasto.
Ficara então na torcida para saber reconhecer melhor o que merecia a intensidade. Essa sim que diferencia tudo, ignorando os segundos que foram ou não gastos no momento.