A gente volta pra si mesmo aos poucos

20:28

Aguarda ansioso o momento inicial. Aquela fagulha que causa a sensação de que tudo vai estar certo. Foca tanto na visão ideal que é consumido pela insatisfação das coisas não caminharem como queria. Então se culpa. Frustrado por não ver a perspectiva sonhada. E isso gera outra dor, quase igual a que é sentida quando bate no canto da parede aquele corte que foi aberto há pouco.

Entra no turbilhão de pensamentos, afazeres e fugas. Suspeita que não existirá um segundo sem que aquela parte sua não esteja presente. A dor sempre irá latejar.

Mas então, sai um pouco da playlist que te acompanhara no período e escuta uma música nova. Compra um livro que queria muito, mesmo que não tenha lido nada nos últimos meses. Vê mais um episódio daquela série que enrolou por tanto tempo. E percebe que esse fragmento bom pertence somente a você, sem nenhuma invasão.

Relembra alguma situação, totalmente diferente, mas que se encaixa no seu momento. E esse acaba não sendo o momento inicial da sua cura. Talvez você nem saiba com clareza qual foi, mas se lembrará desse mesmo momento em aguma situação no futuro, caso seja necessário.

Certos padrões se repetem. Você que ignora seus próprios processos, achando que teria um caminho que considera mais fácil para ser tomado. Por mais que tenha planejado modos para pular etapas, todas foram necessárias para que você fosse quem é agora.  

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